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CEO da Claas admite dificuldades na escassez de matérias-primas e mantém aposta na tecnologia

11/06/2021

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Thomas Böck, CEO da Claas, não esconde o orgulho pelo lançamento da Fábrica do Futuro, em Le Mans, França. E foi no âmbito da apresentação das novas instalações que um dos administradores gerais da fabricante alemã de máquinas agrícolas respondeu a várias perguntas dos jornalistas, não deixando de dar relevo a algumas questões do momento: aumento dos preços das matérias-primas e consequentes problemas no transporte e entrega dos produtos aos clientes e a transição tecnológica que as marcas estão obrigadas a fazer foram dois assuntos bastante discutidos. 

Para Thomas Böck, a escassez de material que os fabricantes atravessam fruto da crise mundial provocada pela pandemia da Covid-19 é uma evidência que obrigou a uma reestruturação do calendário de turnos na Claas. «Todos os dias afeta diferentes produtos, diferentes linhas [de produção] e diferentes fábricas. A escassez de matérias-primas está a afetar-nos mas não vai parar-nos e, no que toca ao nosso caso específico, continuamos a conseguir fazer as entregas que temos a tempo», afirmou o representante da Claas, confirmando que esta crise já provocou paragens na linha de produção «embora não superiores a um dia de cada vez» e levou ao acréscimo de turnos de trabalho por parte dos operários.

 

 

Quanto ao aumento do custo das matérias-primas, continua a ser um problema até porque a consequência é o igualmente elevado preço da maquinaria agrícola. «Os custos dos materiais dispararam bastante, estamos a falar de um aumento de 20% em alguns casos», afirmou Thomas Böck, confessando que a Claas não tem outra hipótese senão «aumentar o preço aos clientes» e explicando de que forma: «Estamos, ainda assim, a fazê-lo de forma moderada e, ao modernizar as nossas fábricas, continuamos a querer melhorar a eficiência da nossa produção, o que ajuda a estabelecer os preços a um nível que os clientes podem pagar.»

Revelando que a Claas está a «investigar diferentes tecnologias, não só elétricas ou com bateria mas também motores de propulsão a gás e hidrogénio», Thomas Böck explicou, contudo, que «a tecnologia não está ainda totalmente implementada e tem um preço demasiado elevado para os clientes» pelo que o objetivo delineado é analisar os benefícios da implementação geral da mesma.

 

Escolher o melhor motor para a gama de tratores

Se o objetivo da Claas é apostar na tecnologia - prova disso foi a recente participação minoritária na start-up holandesa AgXeed - essa aposta não significa que esteja em cima da mesa a hipótese de ser iniciada a construção de um trator completamente autónomo. «Estamos interessados em colaborar com a tecnologia mas não se fabricarão tratores autónomos AgXeed em Le Mans. A ideia é estabelecermos sinergias entre a nossa vertente eletrónica e os sistemas de controlo deles, mas estamos a falar de uma empresa independente na qual temos apenas uma participação minoritária. Se eles fabricarem o produto, o que podemos é disponibilizar o nosso canal de distribuição mais alargado para que o produto chegue a um mercado mais abrangente», afirmou Thomas Böck.

 

 

Já Martin von Hoyningen-Huene, diretor da Unidade de produção da Claas em Le Mans, alinha pelo mesmo discurso, ainda que encare a possibilidade de poder ajudar os clientes de outra forma. «Não fabricar um motor, permite-nos ir ao mercado e escolher a melhor solução disponível para a nossa gama de tratores. Podemos proporcionar aos nossos clientes a nossa trasmissão e combiná-la com o melhor motor disponível», explicou, antes de Thomas Böck esclarecer a intenção relativamente ao futuro da fabricante alemã: «Teremos muitas funções renovadas de assistência ao condutor e é assim que vemos o progresso dos tratores nos próximos anos. Não está nos nossos planos ter um robot autónomo tão cedo.»

 

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