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APROLEP alerta que a descida do preço do leite ameaça a produção nacional

29/12/2025

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A APROLEP – Associação dos Produtores de Leite de Portugal, manifestou a sua profunda preocupação com o anúncio de uma descida de 3 cêntimos por litro no preço do leite pago aos produtores, a partir de 1 de janeiro de 2026.

A medida, comunicada pelas cooperativas associadas da Lactogal, afeta cerca de 70% dos produtores nacionais e poderá arrastar outras empresas do setor para reduções semelhantes.

A associação denuncia a falta de coerência das justificações: durante anos, as subidas de preço foram travadas com o argumento de que o mercado português era limitado. “Agora, com os mercados internacionais a cair, essa explicação desaparece e a descida chega rapidamente a Portugal”, refere o comunicado.

A APROLEP lembra que os produtores operam há vários anos com margens mínimas, sem capacidade de investimento e com exigências crescentes no bem-estar animal, na sustentabilidade e na qualidade. Qualquer redução do preço coloca em risco a viabilidade económica das explorações, acelera o abandono da atividade e compromete a produção nacional.

Uma questão de soberania alimentar

Para a associação, a crise no setor leiteiro é também um problema de soberania alimentar e coesão territorial. Menos produção nacional significa mais importações, perda de emprego rural e abandono do território.

Neste contexto, a APROLEP vai solicitar uma reunião urgente com o Ministro da Agricultura, e identifica outras ameaças adicionais: o acordo UE-MERCOSUL, o corte de 20% nas ajudas da futura PAC e o avanço da Dermatose Nodular Contagiosa, já detetada em Espanha.

Segundo dados do Observatório do Leite da Comissão Europeia, o preço médio pago em Portugal em novembro de 2025 foi de 42 cêntimos/litro, abaixo da média da UE27 (45,8 cêntimos). Países como França e Alemanha continuam a garantir preços mais elevados aos seus produtores.

A associação termina com um apelo ao consumo de leite nacional: “Produtos de qualidade, mais frescos e que ajudam a sustentar a economia portuguesa.”

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