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CNH Industrial melhora cash flow no 2.º trimestre graças à divisão agrícola

01/08/2025

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A CNH Industrial encerrou o segundo trimestre de 2025 com uma quebra de 46% no lucro líquido, que se fixou nos 217 milhões de dólares. Ainda assim, o grupo conseguiu gerar um free cash flow nas Atividades Industriais de 451 milhões de dólares, impulsionado por medidas rigorosas de controlo de custos e pela performance operacional da divisão agrícola, responsável por 81% do lucro operacional do negócio industrial.

Apesar de uma descida de 14% nas receitas consolidadas, para 4,71 mil milhões de dólares, e de 16% nas vendas líquidas das Atividades Industriais (4,02 mil milhões), o grupo melhorou substancialmente a sua posição de liquidez. O cash flow operacional subiu para 772 milhões de dólares, mais 393 milhões do que no mesmo período de 2024, e o capital circulante foi otimizado com eficácia. Estes resultados refletem a disciplina financeira imposta desde a cisão com a IVECO, permitindo uma gestão mais focada nos setores agrícola, de construção e financeiro.

Agricultura mantém-se como motor do grupo

O segmento agrícola continua a ser o pilar da CNH, com vendas líquidas de 3,25 mil milhões de dólares, embora 17% abaixo do segundo trimestre de 2024. O EBIT ajustado foi de 263 milhões de dólares, com uma margem operacional de 8,1%, penalizada sobretudo pelo efeito de volume. Na América do Norte, os tratores abaixo de 140 cv caíram 7% e os de maior potência 37%. Na EMEA, a queda nos tratores foi de 7%. Por fim, a região Ásia-Pacífico teve um crescimento de 3% nos tratores.

Apesar do abrandamento da procura, a CNH Industrial prosseguiu o fortalecimento da rede de distribuição, contando agora com mais de 100 novos concessionários desde 2022. Este reforço, aliado a uma redução de inventários nas fábricas e nos canais, permitiu atenuar o impacto da menor procura e manter os preços estáveis.

Perspetivas e resiliência estratégica

A empresa reafirmou as suas projeções para o conjunto de 2025, prevendo quedas de dois dígitos nas vendas agrícolas e margens EBIT ajustadas entre 7% e 9% neste segmento. Para a construção, o intervalo previsto nas margens é de 2% a 4%. A geração de cash flow continua a ser a prioridade, com um intervalo anual estimado entre 100 e 500 milhões de dólares.

Num trimestre desafiante, a CNH Industrial demonstrou capacidade de adaptação e disciplina financeira. A retração do mercado agrícola global está a ser enfrentada com uma combinação de racionalização de produção, gestão de canais e foco na rentabilidade. A recuperação do setor poderá só chegar em 2026, mas o grupo está a posicionar-se para sair reforçado do ciclo.

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