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Floresta

Um John Deere blindado para a guerra da floresta

30/07/2018

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A empreitada envolveu a instalação de diversos elementos de proteção, nomeadamente painéis de blindagem em chapa de 8 mm no fundo, redes metálicas na zona dos vidros e uma estrutura tubular na parte superior.

Teve já uma primeira vida dedicada à agricultura, mas foi adquirido pela empresa bracarense Ambiflora para uma diferente missão: limpeza florestal. Para enfrentar o cenário de guerra que são as florestas, era preciso que este John Deere 6140R fosse equipado com reforços e blindagem. Devido à proximidade geográfica e à relação comercial já existente entre as duas empresas, a obra de transformação foi entregue à Seprem, também sediada em Braga.

Uma obra inédita

O torneamento, a serralharia e a retificação de peças metálicas são o pão nosso de cada dia na empresa bracarense. Mas é sobretudo no ramo de negócio da maquinaria industrial que a Seprem atua. Dar forma à conversão de um trator agrícola para vir a ser usado em aplicações florestais foi um desafio inédito que acabou por dar origem a uma preparação muito interessante e até mesmo surpreendente devido à minúcia com que algumas das peças foram desenhadas.

Construção de moldes

Ernesto Freitas, o técnico da Seprem que ficou responsável por este projeto de transformação, falou-nos dos vários passos que foram dados. “Foi preciso desenhar os componentes e fazer moldes. Tudo o que está em chapa foi feito primeiro em cartão e o trator foi forrado para simular movimentos”, começou por nos explicar. Só depois dessa fase de experimentação com um material provisório é que se passou à criação das peças definitivas em metal.

Os maiores desafios

O trator foi protegido com chapa de 8 mm no fundo e com chapa de 4 mm nas laterais. Na fase de colocação de blindagem, o elemento que gerou maior dificuldade foi o eixo dianteiro. “Foi bastante mais complexo do que aquilo que inicialmente se previa”, sublinhou Ernesto Freitas, devido a ser necessário reservar espaço para as oscilações. Outro ponto que também constituiu um assinalável desafio foi a frente do trator. Como se trata de um modelo configurado com elevador hidráulico frontal, foi necessário acompanhar os contornos deste elemento para o manter operacional.

Do planeamento à execução

Decorreram cerca de três meses desde o dia em que o trator entrou para a oficina e o dia em que voltou a sair com a nova roupagem antibala. Neste processo, demorou mais o planeamento e o fabrico das peças do que propriamente a montagem. Tratando-se de um trabalho feito no âmbito de uma relação comercial já existente entre a empresa cliente, a Ambiflora, e a empresa fornecedora que executou a obra, a Seprem, “ninguém sabe exatamente o custo real desta transformação”, sobretudo devido ao tempo consumido durante a fase de planeamento.

Estrutura amovível

Com o trator todo revestido desta forma, surge a dúvida: como se faz quando for preciso fazer a manutenção de rotina ou alguma intervenção mecânica mais profunda? “Toda a estrutura é amovível. Não tem uma única peça soldada ao chassis”, explicou o responsável pela preparação. “Tem duas fases. Primeiro as janelas de acesso para se fazer a manutenção rápida, como substituir uma bateria, mudar óleos, ou mudar filtros. Mas se for preciso fazer uma intervenção maior, toda a estrutura é aparafusada e amovível”, explicou Ernesto Freitas.

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