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TranspiratiONal: a membrana biodegradável pulverizável e de baixo custo para o agricultor

18/07/2021

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A CSIRO, orgão nacional para a pesquisa científica da Austrália, desenvolveu uma membrana polimérica biodegradável que pode auxiliar os agricultores a produzir mais e ao mesmo tempo poupar água, nutrientes e agroquímicos. Mas esta solução tem ainda outro cariz: a intenção é que implique custos muito mais baixos do que a cobertura morta de plástico, além de ser acessível a todos os agricultores. "Quando pensei nesta solução, a minha intenção era que todos os agricultores pudessem aplicar a membrana, desde os que vivem em África e dispõem apenas de um pulverizador manual simples até aos agricultores na América, que utilizam grandes máquinas mecânicas", explicou Keith L. Bristow, pesquisador científico da CSIRO. 

A TranspiratiONal, assim batizada por ser uma alternativa ecológica, tem a capacidade de aumentar a poupança da água nas plantações em mais de 30 por cento, segundo testes já efetuados, auxiliando ainda no controlo das infestantes. Além disso, permite ao agricultor ganhar tempo pois o processo de plantação é mais rápido do que aquele que implica a aplicação da cobertura morta de plástico.

Face ao desafio mundial de cultivar mais alimentos utilizando menos recursos, o pesquisador Keith L. Bristow estudou uma solução que pudesse beneficiar os agricultores, independentemente da sua condição social e financeira, podendo esta membrana de polímero substituir de forma mais rentável as películas de plástico: “Tenho trabalhado muito em torno da saúde dos solos e da interação da água com o solo. Estive na China e fiquei horrorizado com as películas de plástico que eles usam. Visitámos alguns campos onde o plástico era mais dominante do que o solo. Os poros do solo estavam quase todos bloqueados e as toxinas desciam para o solo e para os sistemas de água circundantes." 

Testes de campo provam acessibilidade total

Depois de desenvolver a tecnologia de membrana, a CSIRO fez vários testes de campo na Austrália para provar a versatilidade da mesma. “Usámos equipamentos agrícolas grandes e pequenos e provámos que nossa membrana de polímero pode ser acessível a pequenos agricultores em países em desenvolvimento bem como a grandes agricultores altamente mecanizados e agroindústrias em países desenvolvidos”, afirmou Keith L. Bristow.

Riscos para a saúde da população

Após os testes, os proprietários de explorações mistas e agricultores confessaram ao investigador da CSIRO que não voltam a utilizar filmes de plástico caso a membrana de polímero biodegradável em spray seja mais económica. “Ao usar uma membrana biodegradável pulverizável, não precisam de recuperar o plástico de cobertura em deterioração durante e após a colheita. Muito do filme plástico provoca problemas. É incinerado, o que o governo e a comunidade não gostam, ou então vai para uma lixeira. E quando é dividido em fragmentos menores, liberta toxinas para o solo e os sistemas de água, incluindo ribeiras, rios e reservatórios de água", disse o criador da TranspiratiONal, admitindo que podem daí advir graves riscos para a saúde das populações, caso esta situação se prolongue no tempo.

No geral, os agricultores mostraram-se contentes com a capacidade que a membrana de polímero revelou na função de proteger o solo. As infestantes ficam controladas e há maior poupança de água, o que aumenta a produção. “O nosso objetivo é maximizar a transpiração e minimizar a evaporação. Fizemos algumas centenas de testes diferentes e os resultados comprovaram que não havia nada de nocivo ou tóxico no produto e que o mesmo é biodegradável. Os agricultores podem simplesmente ir para o campo após a colheita”, referiu o investigador da CSIRO.

 

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