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Chama-se Projeto Tejo

09/10/2018

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O Projeto Tejo, de quem já se diz que seria o novo Alqueva, aponta para a irrigação de uma vasta área de território onde a falta de água tem sido recorrente, para o controlo das cheias e para evitar a intrusão
salina, que em muito beneficiaria os sistemas de abastecimento de água às populações, para além de outras e variadas atividades económicas como o turismo e lazer, a pesca, a aquacultura, e a própria navegabilidade do Tejo, pois para isso também se mostrou estar pensado.

O projeto, em fase de apresentações regionais, foi dado a conhecer em Abril, em Santarém, onde a CAP organizou o seminário “Água – um recurso estratégico”, para despertar consciências e captar financiamento para a elaboração dos estudos preliminares dos impactos económico e ambiental. Até ao final do ano deverá chegar às mãos do ministro da Agricultura e do primeiro-ministro.

Um grupo de especialistas em hidráulica trabalha no desenho das linhas mestras do projeto, encomendado pela empresa agrícola Lagoalva, de Alpiarça. Segundo Jorge Froes, o engenheiro agrónomo que dá o rosto pelo empreendimento, “a ideia de encontrar uma solução para combater a seca e os efeitos das alterações climáticas no Ribatejo e os baixos caudais do rio Tejo começou no verão passado, após uma conversa com amigos especialistas na área”. A iniciativa, diz, citado pela agência Lusa, pretende ser “uma referência a nível ambiental, por levar ao abandono progressivo da captação de águas subterrâneas, permitir a recuperação das linhas de água e possibilitar a recuperação de zonas ambientais sensíveis.”

O projeto destaca-se também pela criação de um espelho de água contínuo através da construção de seis açudes insufláveis (Castanheira do Ribatejo, Valada, Santarém, Golegã, Almourol e Abrantes), até quatro metros de altura, com escada passa-peixes e mini-hídricas que vão tornar o Tejo navegável, e com estações elevatórias que vão permitir bombear a água para as encostas da Lezíria e também da zona Oeste, especificou Jorge Froes. O engenheiro acrescentou que tal projeto pretende equipar com um sistema de rega “uma área que poderá ir até aos 300 mil hectares, dos quais 240 mil no Ribatejo, 40 mil na região Oeste e 20 mil em Setúbal, integrando e modernizando, caso os mesmos o pretendam, os regadios coletivos já existentes, no Sorraia, Lezíria Grande, Carril, Alvega, Cela, Alvorninha, Sobrena, Óbidos e Liz.” O investimento global rondará aproximadamente 4500 milhões de euros, dos quais 1900 milhões de euros são inerentes ao sistema primário (barragens, açudes, estações elevatórias e adutoras), 2090 milhões de euros aos sistemas secundários (estações elevatórias e redes de rega) e 420 milhões de euros para sistemas complementares (drenagem, viário, elétrico e outros).

Quanto ao financiamento, Jorge Froes, ainda citado pela Lusa, disse que o projeto está a ser apresentado a várias entidades, públicas, privadas e governamentais, tem tido “bom acolhimento”, e que, a ser aprovado, deverá ser implementado recorrendo essencialmente a capitais públicos, grande parte do Estado e Comunidade Europeia. Os estudos preliminares, estimados entre 300 mil e 400 mil euros, deverão estar
concluídos até ao final de 2018.
A curto prazo, a obra poderia arrancar com a “construção do Açude de Valada e de dois blocos de rega, a Norte e Sul, numa área total de 12.000 hectares, num investimento inicial na ordem dos 120 milhões de euros”, referiu Jorge Froes, reiterando que o projeto pretende “dar uma nova vida a um Tejo que se encontra doente e às regiões do Interior”.

Leia aqui o artigo completo - Especial Água

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