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Sul da Europa une forças por uma PAC com mais água, coesão e ambição

08/07/2025

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A FENAREG e a CAP reuniram vozes do Sul europeu para defender uma política agrícola comum mais justa, mais robusta e mais consciente das especificidades dos países mediterrânicos. Foi no coração da Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, que se realizou a conferência “O Futuro da Agricultura nos Países do Sul da Europa”, uma iniciativa que, mais do que refletir, pretendeu mobilizar.

José Núncio, presidente da FENAREG, deu o mote ao lembrar que a federação representa praticamente todo o regadio português: cerca de 36 mil agricultores e meio milhão de hectares. E, através da presença no Regadio da Europa, participa na articulação com organizações homólogas de Espanha, França e Itália, totalizando mais de 7 milhões de hectares irrigados. “A água é a chave da produtividade no Sul da Europa”, sublinhou, numa intervenção que contextualizou o peso real da agricultura de regadio em Portugal e no Mediterrâneo.

A Comissão Europeia, representada por Pierre Bascou, diretor-geral adjunto da DG AGRI, trouxe uma visão estratégica sobre o futuro da PAC pós-2027. Bascou reafirmou a relevância do setor agroalimentar europeu, destacando a necessidade de políticas que reforcem a atratividade, a competitividade e a sustentabilidade da agricultura. Anunciou que a Comissão apresentará, já em julho, uma proposta para a próxima PAC, com foco na simplificação administrativa, maior flexibilidade para os Estados-Membros e apoio à renovação geracional. A questão da água foi abordada com destaque: “a estratégia de resiliência hídrica visa melhorar em pelo menos 10% a eficiência da utilização da água até 2030”, afirmou, sublinhando que não se trata de reduzir consumo, mas sim de melhorar a gestão.

Álvaro Mendonça e Moura, presidente da CAP, reforçou a necessidade de construir uma posição comum entre os países do sul. Recordou o encontro realizado em Bruxelas dois meses antes e defendeu que a voz conjunta destes países tem mais peso nas decisões de Bruxelas. “A grande batalha é o orçamento da PAC. Não podemos dispersar esforços. Sem um orçamento robusto, não haverá agricultura competitiva nem coesão territorial”, defendeu, alertando para o risco de uma visão redutora da agricultura como mero suporte para o turismo rural ou a paisagem bucólica.

 

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