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Mercados: Uma luz ainda ténue ao fundo do túnel

23/05/2023

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O primeiro trimestre de 2023 foi a confirmação de um cenário já esperado pelos profissionais do setor: o registo de matrículas de tratores agrícolas caiu a pique em janeiro e fevereiro e ainda que março tenha revelado uma ténue luz ao fundo do túnel (melhoria de 6% em relação a fevereiro), a quebra é evidente. Nos três primeiros meses deste ano, foram matriculados 1.235 tratores, menos 499 (-28,78%) do que em igual período de 2022 e, dada a ausência de projetos de apoio ao investimento – a curto, médio ou longo prazo -, a tendência é pouco animadora sobretudo porque os agricultores continuam sem saber com que ajuda podem contar da parte do Governo. Uma “mecanização agrícola mais eficiente e sustentável, bem como o incentivo forte na Agricultura 4.0” para proporcionar a revitalização do setor é cada vez mais necessária, como realçou Nuno Santos, Diretor Comercial do Entreposto Máquinas, na edição anterior. E o impacto negativo neste primeiro trimestre faz-se sentir até em marcas que apresentaram um forte crescimento em 2022, casos da Solis, Kubota ou John Deere.

Se em março de 2022, o mercado dava sinais de força, com um crescimento na ordem dos 14% - em virtude de uma vaga de entregas que estavam adiadas desde a reta final de 2021 -, passado um ano, a situação é inversa: decréscimo de 28,78% e três meses com registos abaixo de 500 tratores/mês, situação que só ocorreu por cinco vezes em 2022. E em fevereiro foram mesmo registados menos de 400 tratores, algo que no ano passado só aconteceu em novembro e dezembro, num claro sinal de que a quebra havia chegado para ficar. Situação que poderá abrir espaço ao ‘pedido’ de Nuno Santos na edição anterior d’abolsamia: “Deve ser feita uma reflexão estratégica profunda sobre a nossa segurança alimentar, de forma a prepararmo-nos melhor para subsistir nas catástrofes e a reagir a eventuais cenários como os que poderiam ter saído de uma pandemia ou uma guerra em países dos quais dependamos demasiado para alimentar a nossa população.”

Marcas
A New Holland ganhou o ano de 2022 mas é quem apresenta a maior quebra entre as dez marcas que mais tratores registaram no primeiro trimestre: -52,91% em relação ao período homólogo do ano transato. A Solis está no topo, ainda que com quebra de 4% face a 2022 e, entre o Top10, só a Farmtrac e a LS melhoraram os números, embora de forma ligeira. Se no fim de março de 2022, havia três marcas acima dos 200 registos, essa barreira agora só é ultrapassada pela Solis, que matriculou 264 tratores entre 1 de janeiro e 31 de março. No que se refere às quotas de mercado das marcas, a Solis ‘disparou’: tem 21,38% quando tinha 15,86% no fim de março de 2022. A New Holland chega ao fim do primeiro trimestre com uma quota de 8,5%, abaixo dos 10,12% da Kubota, a segunda marca com maior quota de mercado em março de 2023.

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