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Agrilevante 2025: por um mediterrâneo agrícola, mais eficiente e sustentável

09/10/2025

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A Agrilevante 2025 abriu as portas em Bari, Itália, e a abolsamia está no terreno para acompanhar de perto um dos eventos mais relevantes do calendário agrícola mediterrânico. Mais do que uma feira, a Agrilevante afirma-se como uma plataforma de cooperação entre países que partilham condições climáticas, desafios estruturais e ambições comuns: modernizar a agricultura através da tecnologia, sem perder o vínculo à sustentabilidade e à rentabilidade.

Portugal surge este ano com uma presença reforçada, tanto no plano institucional como mediático, e é apontado pela organização como um parceiro natural nesta rede de sinergias entre as margens norte e sul do Mediterrâneo.

“Portugal é parte integrante do projeto mediterrânico”
Em entrevista exclusiva à abolsamia, a presidente da FederUnacoma, Mariateresa Maschio, sublinhou o papel que o nosso país pode desempenhar no novo mapa agrícola do Mediterrâneo:
"O vosso país é parte integrante deste projeto mediterrânico. O potencial agrícola português, da vinha ao olival, da fruticultura à horticultura, é enorme, e as tecnologias que apresentamos aqui podem contribuir de forma decisiva para aumentar a produtividade e a sustentabilidade".

A dirigente destacou que o modelo agrícola português partilha muitos pontos em comum com outras economias mediterrânicas, e que as condições climáticas, o tipo de culturas e a estrutura das explorações tornam o nosso país particularmente recetivo à inovação tecnológica. "Portugal já começa a ter uma agricultura moderna, com produtores atentos às novas tecnologias e à eficiência dos recursos. O intercâmbio entre os fabricantes italianos e o vosso mercado é já uma realidade e tem tudo para crescer nos próximos anos", afirmou Mariateresa Maschio.

A FederUnacoma e a visão de um Mediterrâneo tecnológico
A FederUnacoma — Federação Nacional dos Fabricantes Italianos de Máquinas Agrícolas — representa mais de 270 empresas do setor. Através da organização de feiras como a EIMA International e a Agrilevante, a federação promove a difusão de tecnologias agrícolas avançadas e a criação de pontes comerciais entre mercados emergentes e países industrializados.

Segundo Mariateresa Maschio, a Agrilevante nasceu precisamente com esse propósito:
"A Agrilevante é uma ponte entre as margens do Mediterrâneo e o continente africano. Se trabalharmos em conjunto, conseguiremos um desenvolvimento agrícola sustentável e duradouro, que beneficiará toda a região. Há delegações do Gana, do Congo e do Senegal, e isso demonstra o interesse crescente da África na tecnologia europeia".

A responsável defende ainda que o Mediterrâneo pode assumir-se como um laboratório de inovação, onde as soluções criadas em Itália, Espanha ou Portugal encontram aplicação imediata em regiões com condições semelhantes e grande potencial de crescimento.

Crescimento da região e oportunidades para Portugal
Entre 2019 e 2024, o mercado de máquinas agrícolas no Mediterrâneo cresceu 34%, passando de 12,3 para 16,4 mil milhões de euros. Registaram-se aumentos particularmente expressivos nos Balcãs (+120%) e na Turquia (+390%), enquanto o Médio Oriente e o Norte de África continuam a reforçar o seu peso na mecanização agrícola.
De acordo com previsões da ExportPlanning, o valor total do mercado mediterrânico poderá atingir 17 mil milhões de euros em 2028.

Para Portugal, este movimento representa oportunidades de exportação e de cooperação tecnológica com países onde a indústria italiana tem vindo a consolidar presença, mas também um estímulo para acelerar a transição digital e sustentável da agricultura nacional. "As empresas portuguesas têm muito a ganhar com esta abertura. O Mediterrâneo é hoje uma área de forte crescimento, com procura crescente de tecnologia, formação e soluções que ajudem a gerir melhor a água e a energia. São desafios que Portugal conhece bem e onde pode liderar pelo exemplo", referiu Mariateresa Maschio à abolsamia.

Um novo olhar sobre o futuro agrícola
A presidente da FederUnacoma reconhece que a conjuntura internacional, marcada por tensões comerciais, instabilidade política e quebra nas exportações para os Estados Unidos, está a obrigar a indústria europeia a olhar para novos mercados.
"As políticas comerciais recentes prejudicaram as exportações para os Estados Unidos, que eram o nosso principal destino. Mas o Mediterrâneo e a África estão a revelar-se polos de crescimento. A mecanização é essencial para garantir segurança alimentar e criar emprego nestas regiões".
Com uma visão voltada para o futuro, Maschio encerrou a conversa com uma mensagem que ressoa também no contexto português:
"A agricultura mediterrânica precisa de um salto de qualidade. Isso significa investir em tecnologia, mas também em conhecimento, formação e cooperação. A Agrilevante existe para isso, para criar pontes duradouras entre quem produz, quem inova e quem alimenta o mundo".

A presença da abolsamia
A presença da abolsamia na Agrilevante 2025 reforça o compromisso da publicação em acompanhar os temas centrais da mecanização e da inovação agrícola. Ao longo dos dias da feira, a equipa editorial vai efetuar entrevistas, reportagens e análises exclusivas sobre as principais tendências que moldam o futuro da agricultura no espaço mediterrânico, com particular atenção ao papel das empresas e agricultores portugueses neste cenário de mudança.

Acompanhe no site e não perca a edição de dezembro da revista abolsamia para saber tudo sobre a Agrilevante 2025.

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