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A visão dos representantes das marcas nº148

20/10/2025

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Sérgio Oliveira
Responsável de Marketing da Pulverizadores Rocha

Que perspetivas tem a Pulverizadores Rocha SA para o resto do ano de 2025?
Globalmente os primeiros seis meses do ano estão muito próximos do volume
de faturação do ano anterior. Contudo, está a ser um ano muito atípico, com comportamentos muito diferentes, dependendo dos mercados geográficos onde marcamos presença e do tipo de cultura. Nomeadamente o setor da viticultura está a viver tempos muito difíceis em Portugal e no mundo. Acreditamos que o segundo semestre do ano seja semelhante, mas em função da conjuntura é muito difícil fazer previsões. Na verdade, os efeitos prolongados dos conflitos internacionais e as tensões geopolíticas tendem a ter um papel relevante no caminho da economia e a influenciar o rumo da agricultura.

Já com um novo Governo de Portugal em plenitude de funções, acredita que poderemos esperar uma mudança da trajetória na queda das vendas, com o início de 2026?
Os tempos são difíceis, está tudo muito incerto e o que se passa no exterior tem um peso grande na economia em Portugal, mas, a estabilidade governativa é importante e, pessoalmente, acredito que a estabilidade política contribui para reforçar a confiança dos agentes económicos, e com isso influenciar positivamente a evolução das coisas. Como todos sabemos a agricultura é um setor que necessita de uma atenção redobrada e as políticas e os apoios governativos são essenciais. Há setores a viver tempos muito complicados como é o caso da vinha, é importante que os nossos governantes estejam atentos a estas dificuldade e disponibilizem apoios, como é o caso recente em que o Ministério da Agricultura e Mar vai avançar com uma medida de apoio direto aos viticultores do Douro que pode rondar “13 milhões de euros”. Portanto, acredito que se conseguirmos manter a estabilidade governativa e disponibilizar linhas de apoio ao setor, podemos esperar um início de 2026 com perspetivas positivas.

No panorama europeu, a União Europeia já sinalizou que poderão surgir mudanças significativas na PAC (pós 2027), com o objectivo de tornar a Agricultura europeia mais robusta e resiliente. Na sua opinião, em que sentido deverão ir essas mudanças?
Na minha opinião, as mudanças na PAC pós-2027 deverão centrar-se no reforço da investigação, inovação e digitalização do setor agrícola, promovendo tecnologias que aumentem a eficiência produtiva e reduzam o impacto ambiental. É fundamental captar mão de obra, através da implementação de medidas capazes de valorizar as profissões agrícolas. A aposta na agricultura biológica e na sustentabilidade deve ser intensificada, com incentivos claros à transição ecológica. Paralelamente, os apoios financeiros devem privilegiar os jovens agricultores e novas explorações, garantindo a renovação geracional e a coesão territorial. Por fim, a PAC deve de alguma forma conseguir assegurar um controlo rigoroso sobre as importações e a qualidade dos produtos, garantindo condições de concorrência justas, sobretudo perante as recentes alterações tarifárias impostas pelos Estados Unidos. Estas mudanças são essenciais para garantir uma agricultura europeia mais robusta, resiliente e competitiva.

 

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